O nosso simbolo...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Inclusão

É de inclusão que se vive a vida.
É na inclusão que os homens aprendem.

"Paulo Freire"


Não há, não,
Duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
Não há, de certeza, duas folhas iguais.

António Gedeão (in Madureira & Leite 2003)

O mundo está constantemente a sofrer alterações, e algumas pessoas têm a habilidade de prever as novas necessidades, as próximas modificações; são essas pessoas que se destacam, pois estão sempre à frente, adoptando os novos paradigmas.
A escola tem-se aberto a novos grupos sociais, mas sem reformulação de conceitos e de conhecimentos.

Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não faz distinção entre seres humanos, não selecciona ou diferencia com base em julgamentos de valores como “perfeitos e não perfeitos”, “normais e anormais”.

É aquela que proporciona uma educação voltada para todos, de forma que qualquer aluno que dela faça parte, independente deste ser ou não portador de necessidades especiais, tenha condição de conhecer, aprender, viver e ser, num ambiente livre de preconceitos que estimule as suas potencialidades e a formação de uma consciência crítica.

Inclusão não pode significar adequação ou normatização, tendo em vista um encaixar de alunos numa maioria considerada “privilegiada”, mas uma conduta que possibilitasse o “fazer parte”, um conviver que respeitasse as diferenças e não tentasse anulá-las.

Inclusão: utopia ou realidade?


terça-feira, 27 de abril de 2010

Kideos – O Youtube Para os mais Pequenos




Kideos é uma página Web, exclusivamente direccionada às crianças, que alberga vídeos pré-seleccionados para este público-alvo, que vai desde os 0 aos 10 anos de idade.

Muitos dos vídeos à disposição são mesmos oferecidos com a licença das marcas Disney, Marvel, PBS entre outros estúdios de cinema infantis.

Outro ponto positivo para este site, é facto de também possuir material pedagógico que proporciona o desenvolvimento da aprendizagem e educação dos mais pequenos.

Embora a grande parte dos vídeos alojados façam parte do YouTube, este site funciona como um filtro de conteúdos, o que possibilita aos pais e professores terem controlo do material que os filhos visualizam.

No Kideos podem-se encontrar conteúdos muito variados, destaques, os vídeos mais populares, bem como os mais comentados. Existem também separadores para aceder aos conteúdos recomendados para cada faixa etária.

sábado, 24 de abril de 2010



O autismo é uma perturbação crónica e muitas vezes grave do funcionamento cerebral que começa durante a infância. É considerado, hoje, como Perturbação Global do Desenvolvimento ou Perturbação Pervasiva do Desenvolvimento. Caracteriza-se por problemas nas relações sociais, perturbações na comunicação e no jogo imaginativo, junto com comportamentos rituais e compulsivos, alteração da integração e do processamento sensorial e respostas desenquadradas do meio, interesses e actividades restritas e repetitivas.

O autismo é uma perturbação que dura toda a vida e afecta a capacidade de compreender o que se vê, se ouve e se toca. Isto pode provocar problemas importantes no comportamento pessoal e na capacidade de se relacionar com os outros. Uma pessoa com autismo deve aprender a comunicar e a relacionar-se com os outros, com os objectos e com os acontecimentos. Nem todos os pacientes sofrem do mesmo grau de afecção. A perturbação varia de pessoa para pessoa. Uma pessoa pode ter um comportamento extremamente estranho e agressivo, e outra, uma perturbação leve da personalidade ou uma incapacidade para a aprendizagem. O autismo aparece em uma ou duas crianças em mil e progride rapidamente. É mais frequente nos meninos do que nas meninas. Surge em todas as partes do mundo, em todas as raças e em todas as classes sociais. Costuma tornar-se evidente durante os três primeiros anos de vida, embora em algumas crianças seja difícil precisar quando começa. Muitas vezes, passa sem ser diagnosticado até ao início do período escolar. Uma pessoa com autismo pode ter sintomas que oscilam de leves e graves.

Crianças e jovens que recebem este diagnóstico mostram distúrbios em interacção social, comunicação e brincadeiras imaginativas antes dos três anos de idade, bem como comportamentos, interesses e actividades estereotipadas.
Estas perturbações, acarretam sérias complicações a nível individual, familiar e social. As crianças portadoras de autismo revelam uma falha no contacto afectivo. Segundo a autora Sally Hewitt (2006) as crianças autistas “são indiferentes a todo tipo de afectos, mesmo que demonstrados pelos familiares mais próximos. Abraçar, acarinhar, beijar são actos vazios para eles, ou seja, uma inabilidade comum a todos os indivíduos para desenvolver relacionamentos, mesmo que com os pais e com os irmãos. As suas competências de interacção estão limitadas, que vão desde a dificuldade em manter o contacto visual até uma inabilidade para manter uma conversa, para socializar ou para partilhar.

Revelam uma preferência por jogos repetitivos e estereotipados, como a construção de torres com módulos, ou a arrumação de objectos favoritos em longas filas – carros de brinquedos, livros, - sem uma ideia real acerca da forma mais adequada de usar um brinquedo ou objecto especifico. Um dos seus fascínios é também por objectos que podem ser manipulados através de movimentos repetitivos de motricidade fina, particularmente por aqueles que podem ser postos a girar, uma vez mais sem qualquer ideia quanto à maneira mais apropriada de usar o objecto ou brinquedo em questão.
Demonstram um desejo obsessivo de conservação da uniformidade, incluindo as rotinas, caracterizadas por uma perturbação extrema quando as rotinas são inesperadamente alteradas. Aqui incluem-se os rituais auto-impostos, que tem por objectivo oferecer consolo, mas que podem ser socialmente inapropriados, possuem uma hipersensibilidade aos estímulos ambientais; a resposta a uma carga excessiva de estímulos pode tornar a forma de um movimento de baloiço do corpo ou de tapar os ouvidos com as mãos.


Uma boa capacidade de memorização de rotinas, frequentemente relacionadas com objectos pouco usuais, como números de calçado, supermercados, matriculas de automóveis. Um acentuado atraso ou um notório insucesso na aquisição da linguagem. Um uso pouco vulgar da linguagem, de uma forma não comunicativa.” Distúrbio do espectro de autismo não é diagnóstico único, poderemos ainda falar da “Síndrome de Asperger “. Hans Asperger era um pediatra Alemão que desenvolveu um estudo e, torno destas crianças que “revelavam comportamentos estranhos.” Neste estudo Hans Asperger conclui que embora as características dos indivíduos fossem semelhantes havia um grupo reconhecido por Asperger que tinha picos de inteligência e a linguagem desenvolvida. Daí hoje, as crianças serem diagnosticadas como tendo Síndrome de Asperger. As características deste Síndrome de Asperger são segundo Sally Hewitt (2006) as seguintes:

  • Um QI (quociente de inteligência) acima da média;
  • Manifestações frequentes de comportamento social estranho ou inadequado;
  • Discurso fluente, muitas vezes recorrendo a palavras complicadas;
  • Monólogos prolongados;
  • Discurso monótono e formal ou afectado;
  • Aparência de excentricidade;
  • Má coordenação motora;
  • Uma consciência de ser diferente, especialmente nos estudantes mais velhos;
  • Uma tendência para a baixa auto estima e uma desvalorização de si próprio;
  • Uma tendência para a depressão, ou, em situações extremas, para o suicídio.

Apesar das competências dos indivíduos com síndrome de Asperger, eles tem igualmente grandes problemas de interacção social recíproca, com uma comunicação funcional, embora falem com propriedade e com comportamento e rigidez de pensamento. Assim, como nos refere também Chris Willians e Barry Wrigth (2008) “Crianças e jovens que recebem o diagnóstico de Síndrome de Asperger, mostram distúrbios em interacções sociais e actividades e interesses restritos, sem atraso geral significativo na linguagem e caem na faixa de inteligência media ou acima da média.”
Para melhor compreender o autismo e o Síndrome de Asperger a autora Sally Hewitt (2006) fala-nos da tríade de incapacidades.
A nível da comunicação

“(…A) incapacidade para interpretar, usar e responder apropriadamente à comunicação é uma dificuldade enfrentada, com regularidade, por todos os indivíduos com autismo. Tanto aqueles que não conseguem falar, como os que tem síndrome de Asperger, que apresentam uma tendência para fazer interpretações literais e/ou para emitir monólogos enfadonhos, a comunicação social efectiva e apropriada representa um desafio constante(…) enquanto que os indivíduos afectados por autismo clássico não estabelecem, por natureza, contacto visual, os que tem Síndrome de Asperger estabelecem contacto visual podem ser incapazes de faze-lo ou de interpreta-lo de forma correcta. Eles podem fixar o olhar ou afastá-lo nas alturas mais inapropriadas, o que, para além de originar dificuldades sociais óbvias, pode também afectar a aprendizagem académica (…)”

A nível da socialização

(…) “A maioria das crianças em idade escolar gosta de períodos de brincadeira e de fazer novas amizades. Para crianças afectadas pela forma mais clássica de autismo que preferem sobretudo afastar-se dos outros para se centrarem em objectos, não é este o caso. Naqueles que apresentam Síndrome de Asperger, que procuram desesperadamente integrar-se mas, ao faze-lo normalmente cometem repetidamente os mesmos erros, as situações sociais quaisquer que elas sejam, resultam com frequência em frustração e perturbação (…)”

A nível da imaginação

“Uma deficiência na imaginação afecta bastante a capacidade de um individuo para fazer de conta ou para, de qualquer outra forma, se envolver no jogo imaginativo ou criativo com outros, ou a sua capacidade para resolver problemas (…) a mínima alteração na rotina usual pode causar no estudante uma perturbação que dure o resto do dia escolar (…). Chris Willians e Barry Wright (2008) falam nos ainda, sobre o interesse sensorial de crianças com espectro de autismo, eles referem-nos que “Crianças podem se sentir atraídas por determinados aspectos sensoriais, concentrando-se na textura, gosto, aroma, visão ou sons, e não na função do objecto como um todo.


  • Podem concentrar-se na textura ou sensação que tem ao tocar ou segurar um objecto;
  • Podem demonstrar mais interesse em padrões, sensações ou música;
  • Podem preferir concentrar-se em um sabor de cada vez, talvez comer os diversos alimentos no prato de cada vez ou ficar irritadas se eles se “tocarem” ou misturarem;
  • Podem concentrar-se em determinados sons e excluir outros;Podem não conseguir processar pessoas em termos de um todo, mas assim como “partes” separadas.”

Depois de conhecermos apenas algumas características de crianças com espectro de autismo e síndrome de Asperger podemos só imaginar como será difícil trabalhar com crianças com esta patologia. Mas nada é impossível, e aquilo a que nos propomos é descobrir como.
A interacção entre família e escola torna-se fundamental no processo de ensino. Elaborar um programa educativo de acordo com as características da criança, depois de um conhecimento mais profundo e preciso das características do espectro do autismo que apresenta. O espaço de onde decorre o ensino aprendizagem também é fundamental.


MANUAL – UNIDADES AUTISMO

JOGOS DIDÁCTICOS

(Para crianças com ou sem Autismo)

1º - BRINCAR ÀS CORES

2º - PROFISSÕES


3º - VAMOS CONTAR

4º - VAMOS RECICLAR


5º - JOGO DOS OPOSTOS

NOTA: Estes jogos têm de ser sempre acompanhados por um adulto! Permite fortalecer a relação entre a criança e o adulto, assim como consolidar os conhecimentos. Espero que sejam do vosso agrado!

Frases Soltas





“Bom mesmo é ir á luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e viver com ousadia, pois o triunfo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.”

“ Alguns têm títulos de doutores, mas são reprodutores de conhecimento, repetem o que estudaram, falam o que os outros produziram. Precisamos de poetas da vida nos recônditos da sociedade. Precisamos surpreender as pessoas e ajuda-las a mudar os alicerces da sua história.”

Augusto Cury

“A vida sem causa é uma vida sem efeito.”

Barbarella

A vida deve ser vivida em toda a sua plenitude e isso engloba ajudar os outros, especialmente os que mais precisam de nós. As crianças com necessidades educativas especiais, merecem todo o nosso carinho e dedicação. Como professores do ensino especial, vamos lutar para fazer a diferença. Esta diferença não precisa de ser conhecida em todo o mundo, basta que seja conhecida nos nossos corações.

Não devemos olhar para o mundo e pensar só em nós, a felicidade não é plena se pensarmos apenas na nossa felicidade e bem estar. Estar aqui para ajudar os outros deve fazer parte também da nossa felicidade. A vida passa por nós em apenas um momento. Vamos fazer dos pequenos grandes actos.


"TIC no Ensino"

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aula de Matemática, Música e TIC

Aprender Matemática de uma forma lúdica, cativando assim todas as crianças...


Deficiência Mental

Na sequência do jogo da Mimoca que poderão visualizar no blog, importa definir Deficiência Mental, uma vez que foi referido a adequação deste jogo a esta patologia.

"A Deficiência Mental refere-se a um estado de funcionamento atípico no seio da comunidade, manisfestando-se logo na primeira infância, em que as limitações do funcionamento intelectual coexistem com as limitações no comportamento adaptativo"
Luckasson et al, 1992, citado em Correia, 1997, p. 54 - 55


Assim, os portadores de Deficiência Mental possuem um funcionamento intelectual inferior à média e possuem limitações no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas:
- comunicação
- auto - cuidados
- vida doméstica
- habilidades sociais
- relacionamento interpessoal
uso de recursos
...


Existem 4 níveis de Deficiência Mental:

1. Ligeira (Q.I. entre 55 e 70) - educavél;
2. Moderado (Q.I. entre 40 e 54) - Treinável;
3. Grave (Q.I. entre 25 e 39) - Severos;
4. Profunda (Q.I. inferior a 25) - Profundos.


O PLANO EDUCACIONAL

1. Deficiente Mental Educavél:
- usufrui do currículo escolar regular - nível académico primário;
- adapta-se socialmente;
- são dependentes nas suas comunidades;


2. Deficiente Mental Treinável:
- dificuldades a nível académico;
- dificuldades em independência total;
- não são capazes de se sustentar sozinhos, sem supervisão de outros;
- capazes de cuidar de si, de se proteger de alguns dos perigos do meio;
- integram-se nos seus meios;
- podem ser úteis, em trabalhos rotineiros, com supervisão.

3. Deficiente Mental Grave ou Profundo:
- problemas associados (ex: paralisia cerebral);
- grandes dificuldades em aprender;
- são treinadas para cuidar de si no dia-a-dia;
- não alcançam independência, necessitando sempre de assistência.


IDENTIFICAÇÃO
- com base em testes de inteligência;
- escala de comportamento adaptador da AAMR;
- ...

CAUSAS DA DEFICIÊNCIA MENTAL
- genética;
- neurociência;
- bioquímica

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Hércules e Jiló


O software educativo "Hércules e Jiló" foi idealizado para servir de apoio a intervenções pedagógicas no campo das Ciências Naturais, abordando conceitos relacionados com os seres que existem na Terra (diversidade, características, classificação, relações tróficas, ambientes naturais e construídos etc.). Hércules é o nome de um menino, Jiló é seu cachorrinho. Eles não existem de verdade, mas se transformaram em personagens principais de um programa de computador educativo, criado na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. O programa oferece dez jogos que podem ser utilizados pelas crianças no próprio computador ou fora dele, desde que sejam impressos em papel e montados, como dominó. No programa, as imagens são alegres e coloridas para chamar a atenção e despertar o interesse pelo aprendizado.

domingo, 11 de abril de 2010

Sorriso do Gato


O Sorriso do Gato é um espaço interactivo onde as crianças podem explorar um mundo cheio de fantasia e de cor, revivendo a conhecida história de “Alice no País das Maravilhas”, escrita por Lewis Carroll em 1865.

O Sítio defende que “os jogos infantis são uma preparação para as futuras convivências no mundo adulto e que incentiva criativamente nossas crianças. Valorizando seu imaginário estaremos despertando todo seu potencial e inteligências como futuros criadores e adultos felizes”.

Oficina dos Gestos

A Oficina dos Gestos, é um produto multimédia para a promoção das competências comunicativas precoces das crianças com défice cognitivo.

A aplicação desenvolvida por esta equipa pretende reunir um conjunto de gestos simbólicos adaptados de outros sistemas e recolhidos no terreno através da experiência dos terapeutas nacionais, técnicos da APPT21 e dos pais e familiares de crianças portadoras de T21.

O gesto funcional é utilizado de forma sistemática na intervenção com portadores de Trissomia 21 e é considerado como uma fase importante de transição para a fala em idade muito precoce.

Esta aplicação permitirá ainda a impressão de uma listagem de gestos que pode ser utilizada durante uma avaliação formal por qualquer técnico de educação.

Este conjunto contém gestos naturais e funcionais (qualquer interlocutor compreende o gesto efectuado pela criança) outros são simbólicos, não reenviando directamente para o conceito a transmitir. Esta situação não promove a comunicação plena numa fase de aquisição e transmissão de conceitos tão importante como a primeira infância ou mesmo a utilização do gesto funcional por crianças e jovens que o utilizam não como sistema aumentativo de comunicação mas como sistema alternativo.

Uma mais valia para o sucesso desta aplicação será a tradução em três línguas (português, inglês e castelhano), possibilitando a abertura de mercados internacionais.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Jogo da MIMOCA - NEE





O Mimoca é um jogo muito simples e muito bem conseguido, elaborado para trabalhar com crianças com NEE, especialmente a patologia deficiência mental.
O jogo da Mimoca pode ser utilizado em diversas actividade pedagógicas. Passarei a enunciar algumas elas:







Desenvolver a leitura












Desenvolver a consciência corporal














Desenvolver a memória visual











Como o jogo é uma actividade motivadora para as crianças, tornando assim o seu ensino/aprendizagem mais interessante e, por isso, facilitador de melhores resultados, na medida em que a criança "aprende brincando". É neste sentido que este software é um bom amigo para todas as crianças, com especial relevo as crianças com NEE.


quinta-feira, 1 de abril de 2010

Breve contextualização do jogo e a sua importância para crianças com necessidades educativas especiais



O jogo é uma urgência infantil, além disso, é uma das actividades fundamentais para o desenvolvimento da criança. Contudo, tentar definir jogo não é fácil, pois quando se pronuncia a palavra jogo cada um pode interpretá-la de variadíssimas maneiras. Pode-se estar a referir a jogos políticos, de adultos, crianças, xadrez, adivinhas, que envolvem faz de conta, desportos, dominó, construir barquinhos, brincar na areia, entre outros jogos.

A dificuldade em definir esses termos aumenta quando se percebe que um mesmo comportamento pode ser visto como jogo ou não-jogo. Se para um observador, a acção da criança indígena que se diverte atirando com arco e flecha em pequenos animais é um jogo, para a comunidade indígena nada mais é do que uma forma de preparo para a arte da caça necessária à subsistência da tribo. Uma mesma conduta pode ser jogo ou não-jogo em diferentes culturas, dependendo do significado a ela atribuído. Por tais razões fica difícil elaborar uma definição de jogo que englobe a variedade de suas manifestações.

Huizinga concorda e salienta ainda que o jogo possui uma realidade autónoma, "o jogo é uma função da vida mas não é passível de definição exacta em termos lógicos, biológicos ou estéticos. O conceito de jogo deve permanecer distinto de todas as outras formas de pensamento através das quais exprimimos a estrutura da vida espiritual e social. Teremos, portanto, de limitar-nos a descrever suas principais caracteristicas. (HUIZINGA, 1993, p. 10).

As caracteristicas fundamentais do jogo anunciadas por este autor são diversas, tais como: uma actividade voluntária em que o jogador demonstra prazer (as crianças brincam porque gostam de brincar e o prazer por ele provocado o transforma numa necessidade); uma actividade livre, com liberdade de acção do jogador; possui um carácter não sério de sua acção; separação do jogo dos fenómenos do quotidiano (evasão da vida real para uma esfera temporária de actividades com orientação própria); limitação do tempo e do espaço em que o jogo possui um caminho e um sentido próprio; existência de regras onde a menor desobediência danifica o jogo; e possui carácter fictício.

Segundo Piaget (1971) o jogo é de extrema importância no desenvolvimento de uma criança, pois ele não só é fonte de lazer, mas também de conhecimento. Acreditar que jogar não é coisa séria é ignorar que num simples jogo está um grande aprendizado que excede os limites estreitos da rotina diária e da própria vivência da criança. É através do jogo que a criança constrói sua aprendizagem acerca do mundo em que vive, da cultura, do meio em que está inserida. Os jogos são uma pequena parte desta actividade de construção da criança que se transfere para o adolescente. Deve-se a esta consciencialização a teórios como Piaget, Vigotsky, entre outros, que contribuíram para um novo processo no trabalho pedagógico, idealizando novas teorias sobre o que deveria ser uma escola e sobre a importância do jogo no ensino/aprendizagem.

Com base nestes teóricos, é aí que reside a motivação para o desenvolvimento do jogo computacional, que possa ser utilizado por todos os alunos, não só por aqueles com NEE (necessidades educativas especiais). Pois é mais que uma ferramenta e por ser motivadora, é um meio interessante ao aluno para conhecer e aprender os conteúdos das disciplinas normais dos deversos ciclos. O jogo computacional pode ser desenvolvido de acordo com as necessidades dos alunos, da escola e dos seus professores, assim, adequando-se a cada meio e aos poucos tornando-se um novo instrumento de ensino.